segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Partilha 41 – A Mais Mulher tem sempre um espelho à mão!

Tinha por hábito atirar os lençóis que tirava da cama pelas escadas abaixo para lavar, certa vez, o meu filho Simão, o do meio que tem 2 anos, pegou no biberão sujo de leite da irmã e atirou-o pelas escadas abaixo, e quando ia mesmo direita a ele para me chatear, ele diz: Eu ajudo a mamã hoje! Fiquei estática e lembrei-me de todas as vezes que ele já me tinha visto atirar os lençóis...e finalmente consegui dizer: Sabes querido, a mãe atira os lençóis porque não partem, mas o biberão pode partir! Para dizer a verdade não sei se ele compreendeu bem, mas o que é certo é que deixei de fazer isso, porque tenho muitos objetos que partem no andar de cima…
Estou a partilhar isto convosco, porque queria falar-vos acerca da velocidade nata que temos em exortar e ensinar os outros. Como é espantoso o talento que temos para psicólogas, educadoras, vendedoras, empresárias e sei lá mais o quê. Parece que sempre temos uma solução imediata e uma fórmula certa para as atitudes dos outros, o mais difícil na verdade não é assumir o papel dos outros, mas sim viver a nossa vida, na nossa realidade. É maravilhoso e funcional termos sempre um grande espelho perto de nós, para que caso esqueçamos quem somos, irmos lá olhar e reavivar a nossa memória. Existe uma passagem bem conhecida de quem costuma ler a Bíblia, que sempre que é lida faz-me refletir acerca do meu tamanho real e de quem eu sou na verdade!
“Não julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós. E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão.” Mateus 7:1-5
Com o tempo descobri que quem se coloca na posição de Juiz detesta ser julgado, que quem gosta de dar opiniões diretas e sinceras detesta recebê-las e que quem gosta de controlar detesta ser controlado. É importante entendermos isto para a nossa felicidade, de que só estaremos em condições de julgar alguém quando estamos numa posição superior a ela, mas se o decidirmos fazer, então temos de estar conscientes que com a mesma rigidez e dureza vamos ser julgadas também...e nesse momento não vamos ter argumentos para contestar! Em todo o caso, Jesus nunca diz neste texto, que não devemos tirar o cisco que está no olho do outro, o que Jesus está a dizer é que antes de o fazermos devemos tirar a grande trave que está no nosso. E isto é fácil de ser entendido, no sentido de que quando começamos a ver as nossas atitudes, o nosso “eu” e o quanto dói tratar dos nossos imprevistos e afazeres, vão acontecer duas coisas em nós: primeiro vamos perceber que afinal diante dos nossos erros os dos outros até não têm assim tanto peso e em segundo, quando formos tratar com o outro, vamos ter muito cuidado porque sabemos o quanto doeu a nós. 
Na verdade o meu Simão apenas estava a fazer aquilo que eu através do meu comportamento lhe ensinei que era correto, por isso como posso eu julga-lo ou corrigi-lo? Sim, existe uma forma de corrigi-lo, corrigindo em primeiro lugar o meu hábito...e por incrível que pareça quase sempre é assim, as nossas atitudes falam mais alto do qualquer discurso bem elaborado!
Ser Mais Mulher é conhecer o seu espelho e a cada dia limpá-lo bem para que não lhe transmita uma imagem errada do que ela é, porque se isso acontecer ela pode correr o risco de se achar mais do que ela verdadeiramente é, e passar a menosprezar os espelhos dos outros!

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