Partilha 202 - Respeito pelos que necessitam.(Ex 22: 25-27)

      Muitas vezes percebemos que os mais fracos vivem na dependência da boa vontade dos poderosos e mais ricos! Aqueles que têm o poder, podem de uma maneira rude e autoritária usar-se da necessidade dos outros. Neste mundo vemos claramente isso em várias áreas da sociedade! Poderíamos mencionar os sistemas que governam este mundo para dar muitos exemplos disso, mas cada uma de nós já consegue lembrar-se de muitos deles!!! 
      Mas no reino de Deus não é assim. O pensamento de Deus é contrário a isso, os mais fortes e ricos devem pensar no bem daqueles que não podem e nem têm. 

"Se emprestares dinheiro ao meu povo, ao pobre que está contigo, não te haverás com ele como um usurário; não lhe imporeis usura (imposto). Se tomares em penhor a roupa do teu próximo, lho restituirás antes do pôr do sol. Porque aquela é a sua cobertura, e o vestido da sua pele; em que se deitaria? Será pois que, quando clamar a mim, eu o ouvirei, porque sou misericordioso." Êxodo 22:25-27
      
     Num comentário resumido, este estatuto queria dizer que "Deus teve uma preocupação especial com os pobres de Israel. Estes não deveriam ficar sujeitos às práticas abusivas dos agiotas e tampouco ter as posses de que necessitavam  para sobreviver confiscados como garantia."
      Mais uma vez Deus garante, que aquele que necessita ao clamar a Deus, será ouvido e atendido o seu pedido. 
      Este estatuto colocaria a todos num mesmo nível de respeito, não invalida que uns tenham mais do que outros, ou que as dívidas tenham de ser pagas! Mas leva-nos a entender que a condição financeira de uma pessoa não lhe dá autoridade para desprezar ou abusar dos que têm menos! 
      Um outro aspecto interessante é que Deus não permite que o essencial para viver seja tirado ao outro, mesmo que ele seja devedor! Apesar do seu débito, tem o direito ao essencial para uma vida com dignidade. Como seria incrível se estes princípios regessem todas as sociedades deste mundo!!!
      Mas para nós hoje, este estatuto alerta-nos a ser mulheres misericordiosas, que não se exaltam por aquilo que têm e nem oprimem outros por causa do que eles lhes devem. Por outro lado, se estamos no lado do devedor e estamos a ser oprimidas por causa das dívidas...Deus dá-nos uma palavra de conforto, dizendo que Ele será misericordioso e nos ouvirá. 
      Ser MaisMulher é dentro da injustiça e da crueldade, querer manifestar Deus e destacar-se, na sua compaixão e justiça! 

      
        

Partilha 201 - Cuidado como tratas os outros. (Ex 22:21-24)

         Devemos prestar muita atenção ao modo como tratamos as pessoas, quer sejam elas nossas conhecidas quer sejam desconhecidas! Certo dia na cafeteria da Universidade, eu estava a conversar com uns colegas acerca do tema que tínhamos discutido na aula. Tratava-se do livro de Jó, e conversávamos acerca das diferentes opiniões em volta do livro...um desconhecido aproximou-se com um café na mão e assentou-se connosco e perguntou: Do que estão a falar? Um colega, que se sentiu invadido por ter um estranho na mesa e ainda por cima a querer saber da conversa, respondeu: Assuntos que nem todas as pessoas podem entender! Ficou um silêncio triste... e de imediato o colega pediu desculpa e disse do que estávamos a falar! Aquele desconhecido não ficou ofendido, sorriu e disse: gostaria muito de saber a vossa opinião acerca do tema. Quando fomos para a aula, o professor disse-nos que tinha convidado um Dr das Escrituras, que tinha feito uma tese acerca do livro de Jó, e que o resto da aula seria ele a dar. Foi nesse momento que entra o "desconhecido" pela sala de aula...era o amigo do professor, que deveria saber mais do que todos nós acerca do livro de Jó! Começamos a rir muito, juntamente com ele, até que que ele disse: Nós nunca sabemos quem se assenta connosco a uma mes!
         Este episódio, sem grandes consequências, é um exemplo prático de que a nossa agressividade, o nosso orgulho ou até a nossa falta de sabedoria pode levar-nos a ter ações erradas com quem não devemos.
         Nos estatutos que estamos a estudar, por mais que uma vez retiramos este princípio divino, de que todos merecem o nosso respeito, cuidado e atenção, independentemente de quem são.  Podemos até ter ações erradas, mas devemos pedir perdão e repensar bem para que tal não volte a acontecer.

"O estrangeiro não afligirás, nem o oprimirás; pois estrangeiros fostes na terra do Egito.
A nenhuma viúva nem órfão afligireis. Se de algum modo os afligires, e eles clamarem a mim, eu certamente ouvirei o seu clamor. E a minha ira se acenderá, e vos matarei à espada; e vossas mulheres ficarão viúvas, e vossos filhos órfãos." Êxodo 22:21-24

         Mais uma vez Deus torna a lembrar o povo a não fazer aos outros o que fizeram a eles, mas pelo contrário, mudar de atitude e fazer diferente, ou seja, aprender também com os erros dos outros. (ver Partilha 194https://maismulheronline.blogspot.com). 

        Mas neste estatuto, Deus refere-se a um grupo de pessoas especificas, as viúvas e os órfãos, que apresenta como pessoas verdadeiramente protegidas por Deus. Na verdade, são pessoas que não tinham proteção familiar, nem substância financeira. A viúva, como não tinha marido, não tinha lugar na sociedade, o órfão não tinham quem olhasse por ele! Deus deixa bem claro ao povo que era para cuidar deles, porque se não Deus entraria com a Sua proteção. Usa mesmo a lei da semeadura para explicar que assim como fizerem lhes seria feito. 
         Não é digno de uma MaisMulher fazer diferença entre pessoas, por isso em todo o caso este estatuto é para nós, sem sombra de dúvidas. Precisamos aprender a cuidar cada vez mais dos desfavorecidos,  dos que não têm quem cuide deles, porque claramente esse é um sentimento divino. E se não cuidamos deles, pelo menos nunca os afligirmos, desprezarmos ou acharmos que são inferiores. Estendemos isto, às mães solteiras, aos desabrigados, aos idosos, aos refugiados...e a todos os outros que a vida levou a um lugar mais difícil. Até porque tu nunca sabes o vai acontecer aos teus filhos, aos teus pais, e até a ti mesma, nem sabes o lugar onde amanhã o outro vai estar!
         Ser MaisMulher é cuidar de quem Deus protege, não desprezar a quem Deus ama e proteger quem Deus chama.

       

Partilha 200 - Apenas Deus. (Ex 22:20)

         
     Adorar alguma coisa é dar-lhe tanta importância que o colocamos em primeiro lugar. Adorar a Deus é colocá-lo em primeiro lugar e dar-lhe a primazia da nossa vida. Quando verdadeiramente adoramos a Deus percebemos que nada e nem ninguém merece tal coisa, uma vez que adorar a Deus, desencadeia para a nossa vida tamanha paz e libertação que nenhuma outra atitude dá. Quando adoramos a Deus, estamos a cumprir o propósito para o qual fomos criadas, para adorar o nosso Criador. 
     Deus alertou o povo que a adoração deveria ser dada unicamente a Ele:

"O que sacrificar aos deuses, e não só ao Senhor, será morto." Êxodo 22:20

       Em primeiro é importante perceber o que é sacrifício ou sacrificar: 
       "O sacrifício ou sacrificar,  é o ato essencial do culto exterior. É uma oração em ação, é uma ação simbólica que torna eficazes os sentimentos interiores do ofertante e a resposta que Deus dá. É algo comparável às ações simbólicas dos profetas. 

        Pelos ritos sacrificiais, o dom para Deus é aceito, a união com Deus é mágica: é essencial que a ação exterior exprima os sentimentos verdadeiros do ofertante e encontre as disposições benevolentes de Deus. Na falta disto, o sacrifício não é mais um ato de religião (tentar unir-se com Deus)"1.
        No contexto cultural destes estatutos divinos, os sacrifícios aos deuses dos outros povos eram macabros, perversos e sem limites. Desde auto- flagelação, urgias, queimar os seus filhos, etc. O Deus de Israel nunca pediu tais sacrifícios aos seus filhos, até porque considerava-os ofensivos à Sua divindade e à Sua Santidade. 
        Por tudo isto, Deus condena adorar ou sacrificar aos outros deuses,  porque seriam sacrifícios sem resultado, seriam apenas de sofrimento ao adorador, porque o adorado nada podia fazer em favor do homem. Por toda a Escritura vemos Deus condenar o sacrificar a outros deuses, porque o interesse de Deus é ver o Homem colher o bem, e sacrificar a outros deuses não traria nada de bom. 
        Por outro lado, sacrificar a Deus, ou seja, fazer ofertas de animais e de alimentos, consoante o tipo de sacrifício, era o plano que Deus tinha para que o povo pudesse simbolicamente reconhecer os seus pecados, e poder ser purificado deles e we manifestar gratidão a Deus. Eram gestos simbólicos sem dor ou sofrimento para o homem, preparando o povo para a vinda de Jesus Cristo, que se entregaria Ele mesmo em favor da Humanidade, pagando os pecados e dando liberdade a todo o que crê. Sem dor para o Homem, apenas recebendo a libertação pelo arrependimento dos seus pecados e pela fé em Jesus. 
       O princípio  divino por detrás deste estatuto é o amor divino, porque não queria ver o povo enganado a cometer atos até absurdos, diante de deuses falsos que nada podem fazer...perdendo o privilégio de receber a recompensa do Deus verdadeiro. 
       Hoje o sacrificio que entregamos a Deus é a nossa própria vida, quando com a razão e com o coração entramos na Sua presença e  O adoramos, dando-lhe louvor, obediência e reverência. Por sua vez, Ele nos enche e satisfaz nos fazendo experimentar a Sua boa, perfeita e agradável vontade. (Romanos 12:1,2) 
       Apenas a Deus a nossa vida, porque mais nada nem ninguém vale a pena tal entrega! Porque apenas Deus recompensa aos Seus filhos! Porque apenas Ele nos amou primeiro e apenas Ele foi o nosso Criador. 
      Ser MaisMulher é adorar apenas a Deus, dando-lhe o primeiro lugar, porque ela é completa unicamente quando assim o faz.

1 -VAUX, Roland. Instituições de Israel no Antigo Testamento. São Paulo: Teológica, 2003.

 

Partilha 199 - Não somos como as outras! (Ex 22:19)

        Nós não temos de ser, nem fazer o que os outros fazem! Pode até ser comum ou não incomodar a outros, mas devemos manter-nos integras e concentradas naquilo que Deus deseja. Existem muitas coisas que as sociedades não condenam, que Deus condena e por isso deve ser o nosso desejo de conduta, obedecer a Deus e não à maioria.
       O estatuto que estamos a ler hoje é:

"Todo aquele que se deitar com animal, certamente morrerá." Ex 22:19

      O pecado denunciado e condenado por Deus neste estatuto era comum entre as nações dos cananeus (Levítico 18:24) e comum no Egipto.  Se não fosse uma prática  abominável para Deus, não estaria presente no código base de estatutos para a sociedade Israelita.
       O princípio  que retiramos deste estatuto para nós, é que devemos manter a mente purificada pela Lei de Deus, mesmo que a sociedade em que estamos inseridas aceite como natural atitudes perversas e condenadas por Deus. Neste caso trata-se de ter relações sexuais com animais, que como já vimos era comum entre os outros povos, mas Deus estava a lembrar-lhes que não eram como os outros, mas era filhos de Deus, eram o povo escolhido por Deus, por isso, as suas atitudes também deveriam refletir a sua identidade e pureza do Seu Deus.
       Assim, nós também precisamos entender que somos filhas de Deus, escolhidas para sermos d'Ele, que devemos lembrar que não somos como as outras...por isso temos de aceitar o que Deus aceita e rejeitar o que Deus rejeita.
       Ser MaisMulher é ter a pureza de Deus.

       

Partilha 198 - Não precisamos disso! (Ex 22:18)

      

       A nossa confiança deve estar unicamente em Deus e não deixarmos que as circunstancias nos levem a confiar em coisas vãs, em mentiras ou enganos fabricados por homens ou mulheres que estão aprisionados e que tentam enganar-nos com discursos que não veem de Deus. 
       Falar com o ente querido que já morreu, saber o futuro, ter orientação  sobre um negocio ou até vingar-se de alguém que lhe fez mal... nunca foi, nem jamais será plano de Deus. Porque Deus quer que tenhamos intimidade com Ele suficiente para percebermos o que cabe a nós sabermos e o que apenas a Deus pertence, além disso, também confiarmos que se precisarmos de alguma revelação, Ele mesmo providenciará através do Seu Espirito em nós.
       Um outro estatuto dado ao povo foi:
     
       "A feiticeira não deixarás viver." Êxodo 22:18

       Deus não penaliza a feitiçaria com uma coima ou com a necessidade de algum ritual de purificação,  mas de uma maneira clara e sem rodeios, Deus diz para não haver no meio do povo esse tipo de atividade.
       E porquê? Porque é que Deus condena a feitiçaria, bruxaria, cartomancia e este tipo de atividades? Em primeiro lugar, tentar exercer poder por meio de conhecimento ou controle de espíritos não combina com a fidelidade ao único, verdadeiro e vivo Senhor. Todas estas práticas em essência negam o poder e a bondade de Deus. Em segundo lugar, o que nos leva a recorrer a serviços destes é o desejo de saber mais acerca da nossa vida e até dos outros,  é a nossa vontade de controlar o que está fora do nosso alcance, logo isso contradiz o que Deus deseja para nós, que é confiarmos que Deus sabe tudo o que precisamos e que Ele cuida de cada pormenor da nossa vida. Por último, a feitiçaria possui uma relação estreita com o culto à "deusa" (modelo de estágios da vida da mulher relacionado com os tapigos da lua e os 28 dias de  ciclo menstrual da mulher) e o feminismo radical, o que fica completamente fora do que Deus disse acerca de adorarmos somente a Ele e a nada que tenha sido criado.
      Pode ser que em determinadas circunstancias sejamos tentadas a recorrer a estas práticas pensando que resolveremos o nosso problema, mas é uma grande mentira diabólica. Quando estamos a envolver-nos com estas práticas estamos a entrar no campo maligno e de espíritos Diabólicos. Na maioria das vezes, nem sabemos bem onde estamos a meter-nos...mas na verdade estamos a abrir a nossa vida espiritual ao ocultismo e à ação de espíritos contrários ao Espirito de Deus, que querem destruir-nos e afastar-nos da Verdade. Torna-se uma prisão para quem pratica e para quem recorre aos praticantes, parecendo a princípio um caminho fácil e iluminado, mas que está envenenado pela manipulação.
     Ser MaisMulher é recorrer a Deus e a tudo o que convém a Ele para orientá-la, ajudá-la e consolá-la.

     

Partilha 197 - Atenção pela mulher. (Ex 22:16)

      

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       Uma das características dos mandamentos divinos é o cuidado e a proteção ao sexo feminino. Deus preservou desde o principio as mulheres e quando estabeleceu estatutos para Israel, de uma maneira revolucionária, coloca as mulheres com direitos que até então lhes eram negados. 

"Se alguém enganar alguma virgem, que não for desposada, e se deitar com ela, certamente a dotará e tomará por sua mulher. Se seu pai inteiramente recusar dar-lha, pagará ele em dinheiro conforme ao dote das virgens." Êxodo 22:16

        Quem tivesse relações sexuais com uma mulher virgem, e que ainda por cima sem intenção de casar com ela, deveria ser punido.
        No nosso século, este estatuto parece completamente ultrapassado e sem cabimento, mas o que eu gostaria que observássemos é o desejo do coração de Deus por detrás do estatuto. Para Deus é inconcebivel e muito desrespeito por uma mulher, aceitar que ela se entregue pela primeira vez, e depois não assumir um compromisso sério dela. Deus revela também que perder a virgindade é um momento único para a mulher e por isso, nenhum homem deve desprezar isso. Não podemos ficar indiferentes ao cuidado de Deus pelos sentimentos das mulheres... de como ele as quer proteger.
        Mas esqueçamos que o estatuto refere-se às virgens, demonstrando que o plano de Deus é que a mulher perca a virgindade com aquele que será o seu marido.
        Neste estatuto Deus quer guardar a mulher, mas nos nossos dias o que vemos somos nós mulheres a desvalorizar a  este principio, de escolhermos entregar-nos apenas a um homem e que seja o nosso marido. A relação sexual é muito mais do que física, ela é espiritual. Quando temos relações sexuais, entregam-nos e deixamos um pouco de nós com o nosso companheiro, assim como ficamos com um pouco dele! Tornamo-nos uma só carne! Assim, fica compreensível o porquê de vários relacionamentos podem prejudicar muito a saúde mental da mulher. Porque cada vez que ela se entrega e o relacionamento acaba, é como se ela perdesse um pouco de si mesma, sentindo-se pouco amada, fraca, desprezada e até vulnerável.
         Sabemos que relacionamentos acabam por diversos motivos, e que alguns desses motivos são a maldade da humanidade e a falta de Deus no relacionamento, levando a atitudes completamente inaceitáveis. Mas é importante darmos valor ao que Deus valoriza, e Deus valoriza tudo na mulher., porque foi Ele que criou tal como ela é, por isso Ele sabe muito bem o que a machuca e o que é essencial para o seu bem estar.
         Ser MaisMulher é valorizar em si mesma o que Deus valoriza.

     

Partilha 196 - Não Roubar (Ex 22)

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          Os dez mandamentos estão agora a ser esmiuçados...Deus está a tratar cada um deles com exemplos para que o povo soubesse bem praticar a Lei de Deus. Hoje estaremos a ler acerca do mandamento "Não roubar".
     
"Se alguém furtar boi ou ovelha, e o degolar ou vender, por um boi pagará cinco bois, e pela ovelha quatro ovelhas. Se o ladrão for achado roubando, e for ferido, e morrer, o que o feriu não será culpado do sangue. Se o sol houver saído sobre ele, o agressor será culpado do sangue; o ladrão fará restituição total; e se não tiver com que pagar, será vendido por seu furto. Se o furto for achado vivo na sua mão, seja boi, ou jumento, ou ovelha, pagará o dobro. Se alguém fizer pastar o seu animal num campo ou numa vinha, e largá-lo para comer no campo de outro, o melhor do seu próprio campo e o melhor da sua própria vinha restituirá. Se irromper um fogo, e pegar nos espinhos, e queimar a meda de trigo, ou a seara, ou o campo, aquele que acendeu o fogo totalmente pagará o queimado. Se alguém der ao seu próximo dinheiro, ou bens, a guardar, e isso for furtado da casa daquele homem, o ladrão, se for achado, pagará o dobro. Se o ladrão não for achado, então o dono da casa será levado diante dos juízes, a ver se não pôs a sua mão nos bens do seu próximo.
Sobre todo o negócio fraudulento, sobre boi, sobre jumento, sobre gado miúdo, sobre roupa, sobre toda a coisa perdida, de que alguém disser que é sua, a causa de ambos será levada perante os juízes; aquele a quem condenarem os juízes pagará em dobro ao seu próximo. Se alguém der a seu próximo a guardar um jumento, ou boi, ou ovelha, ou outro animal, e este morrer, ou for dilacerado, ou arrebatado, ninguém o vendo, Então haverá juramento do Senhor entre ambos, de que não pôs a sua mão nos bens do seu próximo; e seu dono o aceitará, e o outro não o restituirá. Mas, se de fato lhe tiver sido furtado, pagá-lo-á ao seu dono. Porém se lhe for dilacerado, trá-lo-á em testemunho disso, e não pagará o dilacerado. E se alguém pedir emprestado a seu próximo algum animal, e for danificado ou morto, não estando presente o seu dono, certamente o pagará. Se o seu dono estava presente, não o pagará; se foi alugado, será pelo seu aluguel." Êxodo 22:1-15

           Moisés e o povo recebem agora os estatutos acerca de quem rouba e de quem é roubado. Faz uma diferença entre quem rouba e quem perde alguma coisa de outro sem intenção. Mas o grande principio que fica deste texto é claro para o povo e para nós hoje, que é que quem rouba tem de restituir tudo e em certos casos até tem de restituir em dobro, mas nunca é perdoado o roubo a quem o faz consciente do seu pecado.
          Conseguimos compreender o coração de Deus, em relação a este tema, de uma maneira muito clara. Deus não quer que roubem, nem que seja o espaço no campo de outro. Roubar não faz parte do plano de Deus em nenhum momento,  e nenhuma circunstancia! Porque é que Deus iria permitir o roubo a seus filhos? Jamais seria possível que o dono de todas as coisas permitiria tal pecado. Porque quem tem Deus na sua vida, quem pertence a Ele, não precisa de roubar nada a ninguém, mas confiar que Deus lhe dá tudo o que ele necessita a cada dia.
         Por detrás do roubo, estão sentimentos contrários aos de Deus, como invejar o que o outro tem, ou querer ter sem esforço! Isto são motivações que não veem de Deus, por isso Deus condena o roubo. Não somente pelo roubo em si, mas por causa do que motiva ao roubo! Quando alguém rouba alguma coisa revela que o seu coração está cheio de sentimentos e emoções contrárias a Deus.
         Quem rouba manifesta a sua falta de temor e perde mais um pouco da essência de Deus.
         Gostaria de ir um pouco mais além acerca deste principio, e pensar em roubos que não são materiais... roubos que não podem ser restituídos! Muitas vezes ouço expressões como: "Roubou-me a liberdade...", ou "Roubou-me a paz"... ou "Roubou os meus sonhos". São roubos que afetam a alma humana e que podem acontecer por diversos motivos e diferentes pessoas, mas as motivações são sempre as mesmas, inveja, egoísmo, preguiça... Em todo o caso, ainda que o ladrão que comete este tipo de roubos não pode restituir esta coisas, Deus pode restituir a cada uma de nós tudo o que foi roubado de dentro da nossa alma. Deus supre e satisfaz todas as nossas perdas e restitui o necessário para nos tornarmos de novo completas e sem falta de nada. Deus ajuda-nos a superar cada perca e a ter maturidade para receber a restituição de Deus.
         Ser MaisMulher é planear as suas atitudes sem sequer pensar em roubar algo...porque ela sabe que Deus lhe dá tudo o que necessita e ela tem o seu coração guardado de motivações contrárias a Deus.

Partilha 195 - Os estatutos levam-nos a querer estudar mais! (Ex 21 fim)

        Muitas vezes tenho ouvido de cristãos que quando chegam à leitura de leis e estatutos na Bíblia, parece que veem um Deus mau ou que é cruel! Por isso entendo o quão importante é esta parte do Êxodo para conhecermos um pouco melhor o nosso Deus e os Seus princípios.
       Para quem está a acompanhar as partilhas do Êxodo, sabe que estamos mesmo a ver os estatutos que Deus deu ao povo para que enquanto nação respeitassem. Porque nenhum povo que quer viver ordeiro, pode ignorar a necessidade de ter juízes e punições adequadas aos crimes. 
Hoje veremos as leis acerca dos homicídios voluntários e involuntários. 

"Quem ferir alguém, de modo que este morra, certamente será morto. Porém se lhe não armou cilada, mas Deus lho entregou nas mãos, ordenar-te-ei um lugar para onde fugirá. Mas se alguém agir premeditadamente contra o seu próximo, matando-o à traição, tirá-lo-ás do meu altar, para que morra. O que ferir a seu pai, ou a sua mãe, certamente será morto. E quem raptar um homem, e o vender, ou for achado na sua mão, certamente será morto. E quem amaldiçoar a seu pai ou a sua mãe, certamente será morto. E se dois homens pelejarem, ferindo-se um ao outro com pedra ou com o punho, e este não morrer, mas cair na cama, Se ele tornar a levantar-se e andar fora, sobre o seu bordão, então aquele que o feriu será absolvido; somente lhe pagará o tempo que perdera e o fará curar totalmente. Se alguém ferir a seu servo, ou a sua serva, com pau, e morrer debaixo da sua mão, certamente será castigado; Porém se sobreviver por um ou dois dias, não será castigado, porque é dinheiro seu. Se alguns homens pelejarem, e um ferir uma mulher grávida, e for causa de que aborte, porém não havendo outro dano, certamente será multado, conforme o que lhe impuser o marido da mulher, e julgarem os juízes. Mas se houver morte, então darás vida por vida, Olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé, Queimadura por queimadura, ferida por ferida, golpe por golpe. E quando alguém ferir o olho do seu servo, ou o olho da sua serva, e o danificar, o deixará ir livre pelo seu olho. E se tirar o dente do seu servo, ou o dente da sua serva, o deixará ir livre pelo seu dente. E se algum boi escornear homem ou mulher, que morra, o boi será apedrejado certamente, e a sua carne não se comerá; mas o dono do boi será absolvido. Mas se o boi dantes era escorneador, e o seu dono foi conhecedor disso, e não o guardou, matando homem ou mulher, o boi será apedrejado, e também o seu dono morrerá. Se lhe for imposto resgate, então dará por resgate da sua vida tudo quanto lhe for imposto, Quer tenha escorneado um filho, quer tenha escorneado uma filha; conforme a este estatuto lhe será feito. Se o boi escornear um servo, ou uma serva, dar-se-á trinta siclos de prata ao seu senhor, e o boi será apedrejado. Se alguém abrir uma cova, ou se alguém cavar uma cova, e não a cobrir, e nela cair um boi ou um jumento, O dono da cova o pagará; pagará em dinheiro ao seu dono, mas o animal morto será seu. Se o boi de alguém ferir o boi do seu próximo, e morrer, então se venderá o boi vivo, e o dinheiro dele se repartirá igualmente, e também repartirão entre si o boi morto. Mas se foi notório que aquele boi antes era escorneador, e seu dono não o guardou, certamente pagará boi por boi; porém o morto será seu." Êxodo 21:12-36

     Quando lemos estes estatutos podem parecer-nos sempre violentos e extremos, mas digo parecem-nos porque eles só devem ser analisados colocando os óculos do contexto cultural da época. 
     VEJAMOS, estas leis são com frequência indicadas como as mais sangrentas e impiedosas do Antigo Testamento, principalmente porque de toda a leitura, o que mais fica na memória é "olho por olho, dente por dente...". Mas este estatuto trata-se da Lei de Talião (Lex Talionis), que aparece no Código de Hamurabi, que é o código mais antigo que se conhece ( 2285 a 2242 a.C império Babilónico). Muitos estudiosos chamam a esta lei de lei da retribuição direta, pretende ser uma lei de misericórdia ao contrário do que é muitas vezes entendido. Quer isto dizer que a pena não deve ser maior do que a agressão causou. Isto no contexto cultural é revolucionário, porque as outras culturas não mediam assim as situações, mas de uma maneira até "macabra" e sem qualquer tipo de piedade com penalizações que eram dadas. Além disso, esta era uma lei dada aos juízes para poderem aplicar diante de um método publico. Não eram estatutos para relacionamentos privados, nem para resolver dissensões entre particulares, eram regras para serem seguidas pelos juízes, por isso nunca dá a indivíduo particular o direito de se vingar ou de retaliar. 
     Por incrível que pareça, o grande objetivo desta lei era diminuir a violência no meio do povo.  Também é verdade que não aconteceu exatamente isso, mas quando Jesus fala sobre esta lei, Ele leva o povo a superar tudo com o perdão e com a misericórdia. Em Mateus 5:38-41, Jesus diz: 
"Ouvistes que foi dito: Olho por olho, e dente por dente. Eu, porém, vos digo que não resistais ao mau; mas, se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra; E, ao que quiser pleitear contigo, e tirar-te a túnica, larga-lhe também a capa; E, se qualquer te obrigar a caminhar uma milha, vai com ele duas."
    Jesus nao está a contradizer as escrituras, Ele está a interpretar o principio que é a misericórdia e o amor. 
    Sobre isto,  Passo a citar William Barclay sobre este assunto: "É verdade que esta lei era uma lei misericordiosa; é verdade que devia ser aplicada pelo juiz e não ficava entregue ao arbítrio do indivíduo como particular; é verdade que nunca foi aplicada de modo literal; é verdade que ao mesmo tempo ia acompanhada por expressões de uma autêntica misericórdia. Mas Jesus falou daquela lei, porque a vingança, por mais controlada e restringida que seja, não tem lugar na vida cristã."1
    Jesus acentuou o que o Antigo Testamento também ensina em outras partes, tais como:

 "Não digas: vingar-me-ei." Não digas: Como ele me fez a mim, assim lhe farei a ele".          "Quando cair o teu inimigo, não te alegres". "Se o que este aborrece tiver fome, dá-lhe ao para comer; e se tiver sede, dá-lhe água para beber" (Provérbios 20:22;24:29,17;25:21,22)    "Não te vingarás nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor."(Levítico 19:18)

Dê a sua face ao que o fere; farte-se de afronta. (Lamentações 3:30)

   Para nós, nesta partilha, o que temos de retirar, são os princípios que regem estes estatutos, que são a justiça e a misericórdia. Justiça porque tinha de haver punição, mas todo ser humano deve ser tratado com misericórdia. 

    Percebemos que para entender a Palavra de Deus por vezes temos de compara-la com outros textos dela mesma, perceber o contexto em que foi escrita e qual os objectivos de Deus no texto.

    Ser MaisMulher é investigar, dedicar-se à leitura e estudo da Bíblia para poder compreende-la dentro do seu contexto. Assim poder aprender mais de Deus. 

     






1 William Barclay, Comentário de Mateus, p.178.