segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Partilha 30 - Rute, a mulher que tomou uma decisão!



“ Naquela época não havia rei em Israel; cada um fazia o que lhe parecia certo.” Juízes 21.25
Este é o contexto da história de Rute, uma época em que Israel havia virado as costas para Deus e cada um fazia conforme achava que era certo. Veio então uma fome sobre a nação, e Elimeleque, Noemi, Malom e Quiiliom, um casal com dois filhos, acharam que seria melhor sair de Israel e ir viver para Moabe, uma terra longe das leis de Deus., viviam ali à procura de uma vida melhor. Malom e Quiliom encontram suas esposas no meio das moabitas, as jovens Orfa e Rute, e tudo parecia ir bem quando uma tribulação assolou esta família, Noemi, Orfa e Rute ficaram viúvas e desamparadas. Noemi, mulher experiente, decide voltar para o seu povo e para a sua terra, mas com a consciência de que o futuro lhe reservava grandes dificuldades, pois ela bem sabia, que uma viúva da idade dela não teria qualquer hipótese de voltar a casar, que sem filhos ela estava sem herança e ainda, pelo fato de ter perdido tudo, seria vista como amaldiçoada por Deus. 
Que cenário triste, três mulheres sozinhas a caminho de uma terra que não lhes dava qualquer esperança...de repente, a mulher idosa enche-se de compaixão por aquelas duas belas jovens e lhes ordena que não a acompanhem, mas que voltem para a sua terra e que procurem um futuro melhor para elas. Orfa e Rute, choram amargamente, com dor, não querem de maneira nenhuma deixar a sua sogra, que tanto amam, mas Noemi, chama-as à razão, não vai ser possível dar-lhes uma boa casa, dar-lhes bom sustento, será uma vida difícil sem marido.
Orfa grita num choro inconsolável, ela amava a sua sogra mas tinha de pensar no seu futuro, por isso abraça Noemi e volta para a sua casa. Rute tinha agora diante dela uma decisão a tomar, e dependente dessa decisão estava toda a sua vida, a sua cunhada já tinha optado voltar para o seu povo, e agora era a vez dela de se despedir também, seria a decisão mais sensata, mas Rute faz a escolha inesperada, a decisão que mudou a sua vida e que tornou a sua história tão edificante para todos que a leem: 
“ Não insistas comigo para não te acompanhar, onde fores irei, onde ficares ficarei! O teu povo será o meu povo e o teu Deus será o meu Deus! Onde morreres morrerei, e ali serei sepultada. Que o Senhor me castigue com todo o rigor, se outra coisa a não ser a morte me separar de ti!” (Rute 1.16)
Nós, que conhecemos o final da história, sabemos o quão Rute foi abençoada, ela conseguiu trabalhar, sustentar a sua sogra, casou com Boaz, um dos redentores da família do seu marido, deu netos a Noemi e ainda pertenceu à ascendência de David e por consequência do próprio Jesus.
É claro que todas gostamos de finais felizes, mas pensemos em tudo que Rute passou depois daquela decisão de ir com a sua sogra, foi trabalhar sol a sol para sustentar a ela e a Noemi, enfrentou os olhares daquele povo, que olhavam para ela como uma estrangeira, teve de submeter-se a uma outra cultura e abdicar de tudo o que ela tinha aprendido com a sua família, porque ali tudo era diferente! 
Vivemos dias como os de Juizes, em cada um faz o que lhe parece bem, onde a submissão a Deus é vista como uma atitude irracional e ultrapassada, onde as decisões são tomadas de acordo com o nosso ego e de acordo com o nosso bem estar, no entanto, são dias de desespero, ansiedade, autodestruição, insatisfação e desgoverno. Leva-nos a pensar que, deveríamos ponderar melhor as nossas decisões e os valores que as regem, no sentido de que cada decisão tem um resultado a curto prazo, mas que as consequências são a longo prazo. Por outras palavras, se não estamos a conseguir fazer boas escolhas, deveríamos pedir orientação a Deus que conhece o passado, o presente e o futuro e que sabe perfeitamente o que é o melhor para nós. Esta história ensina-nos também o quão importante é assumirmos as nossas decisões, com uma consciência clara das dificuldades, mas sempre sabendo que se estamos a fazer o que Deus deseja então Ele vai cuidar de nós. Quando Boaz viu Rute pela primeira vez, ele foi usado por Deus para trazer consolo ao coração de Rute, dizendo-lhe:
“Contaram-me tudo o que tens feito à tua sogra, depois que perdes-te o teu marido, da forma como deixaste o teu pai e a tua mãe e a terra onde nasceste e vieste para um povo que antes não conhecias. Que o Senhor te retribua o que tens feito, que o Deus de Israel, sob cujas asas vieste buscar refúgio te recompense ricamente.” (Rute 2.11,12)
Quando assumimos as nossas escolhas e as fazemos segundo o desejo de Deus, ficamos debaixo da proteção d’Ele, onde estamos seguros e em paz, ainda que tudo seja difícil e doloroso.
Finalmente, Rute ensina-nos também que não basta chorar e lamentar é preciso agir, sermos objetivos nos nossos alvos, e sabermos onde queremos chegar. Não fica qualquer duvida que Orfa também amava muito Noemi, mas esse afeto e todo aquele choro não chegou para seguir com ela custasse o que custasse. Já Rute, não se limitou ao choro, o seu amor por Noemi deu-lhe coragem e força para assumir um compromisso e levá-lo até ao fim. Para Deus dirigir as nossas decisões não é suficiente lamentar e chorar, não podemos viver uma vida com Ele baseada em emoções, em momentos, é necessário agirmos com consciência, darmos-lhe racionalmente o controle da nossa vida e vivermos a cada dia um intimo relacionamento com Ele.
Rute é uma mulher que fez história, que revolucionou o seu tempo, que “arregaçou as mangas” e foi em frente, enfrentou os seus medos, as suas fraquezas e limitações, decidiu ouvir Deus, segui-lO e submeter-se a Ele e por isso obteve tão bons resultados. Que Deus levante cada vez mais “Rutes” no meio daqueles que O conhecem.

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