segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Partilha 32 – No Natal aprendemos acerca do medo.




No princípio tudo era perfeito, quando Deus preparou todas as coisas e depois criou o Homem e a Mulher, tudo estava em paz. Deus tinha intimidade com eles, falavam, perguntavam e não havia dores, dificuldades ou aflições. Deus demonstrou o seu amor, colocando no meio do perfeito jardim uma árvore de fruto chamada, árvore do conhecimento do bem e do mal. Essa árvore era a prova que Deus tinha criado o homem para livremente O seguir e não por obrigação…no dia que que ele quisesse não mais obedecer a Deus, ele podia comer dela! E foi isto que aconteceu, a mulher e o homem cederam à tentação e comeram! Na verdade este é o episódio triste da história da humanidade, digo até, o mais deprimente, quando o Homem abre a porta do grande abismo que o separa de Deus, o PECADO. 

Gostaria que imaginassem comigo esta cena: Adão e Eva ( a primeira mulher e o primeiro homem) olham um para o outro e sentem vergonha por estarem nus, começam a cobrir-se com folhas, enquanto isto, ouvem aquela voz suave e amorosa: Adão, Eva, queridos, estou aqui! Aquele era o momento alto de cada dia de Adão e Eva, mas naquele momento o sentimento que tiveram não era amor era medo, muito medo! Adão responde: Oh Senhor, não sei o que estou a sentir, mas é um sentimento estranho, não consigo estar nu em sua frente, estou com um nó na garganta, sinto até uma falta de ar e não sei o que é isto...e Eva está igual...Deus diz: Adão, comeste da árvore que eu te disse que não era boa para ti...isso que estás a sentir chama-se Medo. Por agora vais sentir isso muitas vezes, mas da tua descendência, virá um, que acabará com este abismo entre nós. (Gênesis 3) Então, o medo foi consequência do pecado? Sim, mas vamos fazer outra pergunta. Deus quando criou o Homem, não sabia que ele iria pecar? Sim. Entendemos que foi Deus que preparou o Homem para sentir medo quando estivesse longe d’Ele, não para o fazer sofrer mas para o proteger. O medo é uma defesa que temos contra tudo aquilo que o nosso interior sente como uma ameaça. “O medo tem duas finalidades. Por um lado obriga a concentrarmo-nos...no nosso caminho, passa-nos logo o estado de espírito sonhador e descuidado. O medo também é capaz de nos transmitir energia. Tem o poder de nos fazer correr mais depressa e saltar mais alto do que achávamos ser capazes.” Steve Biddulph
Agora vamos viajar até poucos mil anos depois, mais propriamente até uma província Herodiana, na cidade da Galileia, um anjo aparece a uma jovem prometida em casamento, que tinha por nome Maria: « E, entrando o anjo aonde ela estava, disse: Salve, agraciada; o Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres. E, vendo-o ela, turbou-se muito com aquelas palavras, e considerava que saudação seria esta. Disse-lhe, então, o anjo: Maria, não tenhas medo, porque achaste graça diante de Deus. E eis que em teu ventre conceberás e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus. Este será grande, e será chamado filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai; E reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim. E disse Maria ao anjo: Como se fará isto, visto que não conheço homem algum? E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus. » Lucas 1.28-35 Maria ficou sem medo? Acredito que não mas a fé em Deus falou mais alto e ela respondeu: Eis aqui a tua serva! 
Aqui começa a história de Natal, com um “Não tenhas Medo”, até aqueles dias qualquer pessoa que tivesse uma visão ou alguma revelação de Deus, ficava com medo porque entendia que Deus era Santo, Puro, por isso temiam pela sua própria vida, o que poderia acontecer-lhes estando perto do Deus verdadeiro? Mas ali o anjo de Deus vinha anunciar o nascimento do Salvador daquele que iria eliminar o abismo do pecado e voltar a dar comunhão entre Deus e o Homem, por isso, o medo tinha de ser atenuado e era dispensável, visto que Jesus, o Deus connosco viria trazer de novo a presença de Deus à humanidade. E quando já Jesus havia nascido naquela manjedoura em Belém? O anjo foi anunciar aos pastores o nascimento do Salvador, estes ficaram assustados, e o que o anjo disse? “Não tenham medo, trago boas noticias, que são para todo o povo. Hoje na cidade de David, lhes nasceu o salvador que é Cristo, o Senhor.” Lucas 2.10,11
O nascimento de Jesus, isto é o Natal, é o primeiro episódio da história humana do Salvador, seguiu-se a Vida, Morte, Ressurreição e Ascensão de Jesus, para que todos aqueles que o aceitam como Salvador tenham paz com Deus e intimidade com Ele, como no principio. Nesse principio que falamos, onde não havia medo! Longe de Deus o medo é uma proteção para não perdermos a consciência do perigo, do limite e da necessidade que temos de uma proteção, mas ao encontrar Jesus, o medo está controlado pela fé que temos n’Ele, sabendo que estamos nas suas mãos e que Ele cuida muito bem de nós, que o Seu amor por nós é incomparável, e que a Sua paz que ultrapassa todo o entendimento, está dentro de nós. 
“E nós temos visto, e testificamos que o Pai enviou seu Filho como Salvador do mundo. Qualquer que confessar que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece nele, e ele em Deus. E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus nos tem. Deus é amor; e quem permanece em amor, permanece em Deus, e Deus nele.
Nisto é aperfeiçoado em nós o amor, para que no dia do juízo tenhamos confiança; porque, qual ele é, somos também nós neste mundo. No amor não há medo antes o perfeito amor lança fora o medo; porque o medo envolve castigo; e quem tem medo não está aperfeiçoado no amor.” 1 João 4:14-19
Ser Mais Mulher é ouvir Jesus dizer-nos: Não tenhas medo, estou contigo e amo-te. E quando diante de algumas situações temos medo de falhar, como mães, como esposas, como amigas, como pessoas…quando temos de criar os nossos filhos sem pai, quando estamos sem dinheiro para dar-lhes o alimento, ou quem sabe, quando estamos diante de uma decisão difícil, etc. Devemos olhar para o Natal e lembrar o amor de Jesus vindo humildemente até nós a abrir o caminho da intimidade com Deus, onde não há medo mas confiança, onde não há desilusão mas alegria. 

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