segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Partilha 168 - Decisões/Confusões Ex 4



     
     É um erro pensarmos que as nossas escolhas, decisões ou até atitudes apenas dizem respeito a nós e a Deus. Na verdade, tudo o que escolhemos, decidimos ou fazemos vai ter efeito sobre aqueles que nos rodeiam, quer sejam consequências boas ou más. Vejamos, se eu escolher servir a Deus verdadeiramente, e o meu caracter for transformado, eu ganho com isso, mas aqueles que me rodeiam também vão relacionar-se com uma pessoa melhor e de boa influencia. E por exemplo, se eu escolher mudar de visual, cortar o cabelo, fazer uma operação plástica, comprar roupas novas...mesmo assim, as outras pessoas, principalmente as mais próximas, vão ter de conviver e aceitar a mudança, o que por vezes, poder ser um pouco estranho, como ter de voltar a gostar de alguém que já conhece!!(Mais ou menos) Ainda mais um exemplo, se eu estou gravemente doente e decido não ir ao médico, essa decisão não diz apenas respeito à minha vontade de viver ou de morrer, mas quem está à minha volta vai sofrer a consequência da minha decisão. E se alguém casa e é muito feliz com o seu esposo, essa felicidade não ficará no casal, mas vai estender-se aqueles que os amam. 
      Por maior ou menor importância que tenha a decisão, ela vai sempre para além de mim mesma, e atinge os que me rodeiam com maior ou menor intensidade! (Não quer isto dizer, que devemos ficar dependentes do que os outros vão pensar, sofrer ou alegrar com as nossas decisões. Apenas estou a refletir sobre consequências!)
      Aprofundando mais o tema, falando de ser casal, as escolhas de um passam a ser as escolhas do outro. Dentro do casal o "eu" deixa de existir, porque os dois passam a ser um só, e se definem como "nós". Cada um com o seu caráter, modo de pensar e agir, na sua individualidade, mas formando uma só unidade! É um milagre divino que se dá cada vez que isto acontece! Porque o casamento é diariamente encaixar as peças um do outro para que não se perca a identidade de cada um e ao mesmo tempo, não se perca a unidade. Não deixam de ser quem são, mas com um propósito que os governa, que é ser "um" com o outro. A dificuldade disto é que cada um tem de dar mais do que espera receber, para que ambos recebam tudo o que precisam! É extraordinário e maravilhoso, ao mesmo tempo desafiante! ( Por isso casar só deveria ser permitido a quem quer dar de si ;) )
      A Bíblia fala muito pouco acerca do relacionamento de Moisés com Zipora, mas o texto de hoje leva-nos apensar sobre o que estamos a falar, leiam comigo: 

"E aconteceu no caminho, numa estalagem, que o Senhor o encontrou, e o quis matar.
Então Zípora tomou uma pedra aguda, e circuncidou o prepúcio de seu filho, e lançou-o a seus pés, e disse: Certamente me és um esposo sanguinário. E desviou-se dele. Então ela disse: Esposo sanguinário, por causa da circuncisão." Êxodo 4: 24-26

     Moisés sabia que tinha de circuncidar seu filho pela lei de Deus. Talvez Gerson já fosse grande ou apenas Moisés pensou que era alguma coisa que ele resolveria mais tarde. O que fica certo neste texto é que Moisés estava em falta para com a obediência do mandamento de Deus em relação à circuncisão. O filho de Moisés, Gerson, já tinha nascido a algum tempo, por isso Deus tinha dado esse tempo de tolerância para que Moisés cumprisse a lei. E agora Moisés ia ser líder do povo de Israel, por isso, precisava de ser o primeiro a cumprir o mandamento de Deus. Como Deus permitiria que ele fosse liderar um povo, e ordenar a circuncisão aos bebés que nascessem, se ele mesmo não o fizesse aos seus filhos? Ou Moisés corria o perigo de deixar de pedir ao povo para circuncidar, porque ele mesmo não o tinha feito. Perderia a vontade e também a autoridade! (Porque quando nós desvalorizamos alguma coisa, influenciamos os que nos rodeiam a desvalorizar também.)
    Mas a circuncisão era importante para Deus, foi Deus quem decretou. Não era somente uma marca física, mas tinha valor na aliança do povo com Deus. (Para não falar de ser uma decisão higiénica, principalmente no contexto daquele tempo).
     A verdade é que Moisés estava a negligenciar uma ordem de Deus, e isso começou a afetar-lhe a saúde. Zipora ficou zangada e acabou por ter uma atitude, circuncidando ela o seu filho. A ira de Zipora fez também com que decidisse esperar em casa de seu pai! 
    É claro que podemos ver Zipora com uma atitude errada, mas aqui trata-se da atitude de Moisés. Ele tinha a responsabilidade de explicar a Zipora a ordenança de Deus e de cumprir a cincuncisão no se filho! Talvez Moisés pensou que não era nada com Zipora porque ela era de outro povo, que era uma coisa entre ele e Deus e a sua esposa não tinha nada haver com isso. Mas como já vimos, as nossa escolha atingem aqueles que nos rodeiam, muito mais se for esposo ou esposa, pais ou filhos! 
    Devemos ter cuidado para não pensarmos que o nosso relacionamento com Deus nos dá ao direito de excluirmos os nossos esposos das nossas decisões, mesmo que eles não conheçam a Deus! É importante que haja liberdade no casal para que se converse e decida juntos. E nunca esquecer que Deus tem poder para nos ajudar em todas as conversas e dar sabedoria em todos os momentos. Além disso, Deus entra em qualquer coração, por mais difícil que pareça, para Deus nada é impossível. Se Ele tocou em ti, pode tocar em qualquer outra pessoa! 
    Com este texto aprendemos ainda que obediência a Deus abençoa-nos e aos que nos rodeiam, desobediência a Deus, prejudica-nos e também aos que nos rodeiam.
    Ser MaisMulher é não enganar-se pensando que o seu relacionamento com Deus é só entre ela e Deus, porque a MaisMulher sabe que quem a rodeia vai ter a consequência desse relacionamento. 
     


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