quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Partilha 57 – Há conversa com Deus... III

Quando escrevemos uma carta formal para uma entidade qualquer, devemos seguir certas regras, para que aquela carta possa ser aceite como oficial. Uma das regras é utilizar o título oficial do receptor, tal como Excelentíssimo Senhor Doutor, para que o receptor da carta desde o princípio, saiba que o emissor respeita a sua posição e autoridade. Como todas sabemos, esta não é só uma regra a utilizar numa carta, mas também pessoalmente diante de uma autoridade, devemos sempre demonstrar respeito e reconhecimento. 
Se voltarmos ao assunto destas partilhas, que é, conversar com Deus, Jesus dá um modelo de oração, para o caso de alguém dizer: Mas como é que eu falo com Deus?
Esta oração, que numa linguagem comum, chamamos oração do Pai Nosso, não foi ensinada por Jesus para que a repetíssemos como uma oração mágica ou de uma forma automática, se não Jesus estaria a contradizer o tinha dito anteriormente acerca das vãs repetições (Partilha 56), mas apenas para que ela servisse de referência na forma como entrar na conversa com Deus! Ela tem características que devem existir na nossa oração, se assim não fosse, Jesus não a teria ensinado e dito: “Vocês, orem assim: Pai nosso, que estás nos céus! Santificado seja o teu nome.” Mateus 6:9
Jesus começa esta oração elevando o seu olhar para cima, a falar da superioridade de Deus, da Sua grandeza. Quando Jesus diz que os céus são a habitação de Deus, Ele está a ensinar que quando oramos a Deus devemos começar por reconhecer com quem estamos a falar, devemos começar por ter a consciência que estamos a falar com aquele que é o dono de tudo, conhecedor de todas as coisas e que tem autoridade soberana nos céus e na terra, mas que apesar disso é nosso pai, ou seja está bem próximo! “Santificado seja o teu nome” não quer de maneira nenhuma dizer que nós temos alguma capacidade de acrescentar seja o que for a Deus, muito menos de santificar o Seu Nome, porque o nome de Deus é Santo, é Perfeito. Esta expressão quer na verdade dizer, que quem ora deve ter o desejo que o Nome de Deus seja reverenciado, seja elevado e adorado na sua vida!
Quando entramos na conversa com Deus devemos chegar-nos a Ele com a mesma intimidade que uma filha se aproxima de um pai, que ama, que cuida, que ouve, mas não podemos ficar apenas com esta comparação porque qualquer pai humano tem defeitos e falhas, por isso, é muito mais do que falar com um pai bom, é falar com o Pai perfeito e que ainda por cima é o Senhor de tudo, que pode fazer todas as coisas. E quando estamos a falar com o nosso Pai Poderoso, devemos ter como desejo prioritário, acima de todos os pedidos que possamos ter, o querer que a nossa vida, a nossa realidade santifique o nome de Deus, ou seja, que o que somos, o que fazemos e onde vivemos revele a santidade, gloria e grandeza de Deus. 
Tantas vezes chegamos à presença de Deus carregadas de preocupações, ou de lamentações, que acabamos por falar, falar, ou até chorar, e até quem sabe, depois levantamo-nos e vamos embora... Não tenho qualquer duvida, que Deus ouve cada desabafo nosso, mas, Jesus está a lembrar-nos que a nossa oração deve ser dirigida a Deus de uma forma intima, sem esquecer que o mesmo Deus que nos ouve pode mover céus e terra para responder a oração. Cada conversa com Deus é um momento sobrenatural, é um humano fraco e falível a falar intimamente com o Criador perfeito e Poderoso. Nós temos de falar com o nosso querido e amoroso Pai sem esquecer quem Ele é, soberano Deus, respeitando a Sua posição e autoridade, e nunca, nunca mesmo, a nossa oração deve perder foco. Nós como mulheres temos por hábito, querer ser o centro, achar o que nos rodeia ou está contra nós ou a favor, mas temos de parar com conversas com Deus centradas em nós mesmas...parece que só dizemos eu, eu e eu, sendo que o que Jesus está a ensinar é que as nossas conversas com Deus devem centrar-se na segunda pessoas do singular, Tu, Tu e Tu Pai... E não esquecer que a prioridade, o que devemos pedir em primeiro lugar, porque é o que mais precisamos é que o Nome de Deus seja elevado em nós e por nós.
Queria terminar por partilhar com o Salmo número 18, mas pelo fato de ser muito extenso não posso transcreve-lo aqui, mas desafio-vos a lê-lo, porque fala daquilo que Deus faz enquanto estamos a orar, o que Ele move e transforma apenas para responder à nossa oração, coisas que acontecem sem nós vermos, nem sentirmos...é um Salmo lindíssimo a Deus de louvor, de clamor e de reconhecimento. 
Ser Mais Mulher é conversar com Deus com reverência ao mesmo tempo com intimidade, dando o primeiro lugar a Deus e desejar glorificá-lo em tudo. EP

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