quinta-feira, 2 de abril de 2015

Partilha 84 – Carta de Tiago para todas as Mais Mulheres.


Como mulher gosto de coisas práticas, poucos rodeios nas conversas difíceis ou “poucos floreados numa jarra partida”, gosto de conversas diretas ainda que sejam difíceis, mas prefiro a verdade crua e dura do que uma mentira cheia de boas intenções, não sei se me faço entender!
Com o tempo tenho percebido que a teoria apenas é válida quando ela é visível na prática porque se não ela não tem qualquer utilidade.
Dito isto, quero então partilhar durante as próximas partilhas acerca do Livro da Bíblia, a Carta de Tiago, que foi escrita para todos os convertidos ao evangelho de Jesus Cristo que estavam dispersos pelo mundo antigo. Este livro fala de uma forma muito prática, com deve ser a postura de quem vive para Jesus Cristo, ele tem como objetivo tirar da mente de qualquer leitor a ideia que ter Jesus no coração pode apenas ficar entre ela e Deus, visto que Tiago vem dizer-nos sem rodeios, que quem serve a Deus e está convertido ao evangelho de Jesus Cristo, reflete isso nas suas atitudes e vivências.
Quando lemos a Carta de Tiago somos desafiadas a mudar, a perseverar, a lutar, a ceder, a cumprir e acima de tudo a estar perto de Deus. Compreendemos então que crer e seguir a Jesus Cristo não é ter na mão uma lâmpada mágica, que quando precisamos é só esfregar e o “génio” Jesus vem ajudar-nos. Não! Viver com Jesus é uma aventura diária, que tem altos e baixos, escaladas difíceis de ultrapassar, é mudar de postura e tomar decisões que mexem com o nosso interior e com a nossa formação, mas que  finalmente fazem de nós verdadeiras convertidas dos nossos maus caminhos e seguidoras de Jesus. Com Tiago, entendemos que se temos Jesus na nossa vida, todos os que nos rodeiam vão perceber isso, mesmo que  nunca o digamos!
«  Tiago, servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo, às doze tribos dispersas entre as nações: Saudações. » Tiago 1.1
A maioria dos estudiosos das escrituras acreditam que este Tiago, que escreve esta carta, era o irmão de Jesus, filho de Maria e de José, que se converteu apenas depois da morte e ressurreição de Jesus, mas que que entendeu que Jesus morreu e ressuscitou para salvação dos pecados da humanidade, e para dar uma nova vida a todos os que em arrependimento crerem n’Ele. Este Tiago observou toda a vivência de Jesus como homem, foi testemunha ocular do exemplo de conduta de Jesus dentro e fora de casa e isso fez com que quando ele reconheceu que Jesus não era apenas um homem mas sim o Salvador, tudo fez sentido na sua mente e converteu-se de tal forma que dedicou toda a sua vida á Igreja, tornando-se mesmo o líder da Igreja de Jerusalém.
Assim sendo, seria natural que Tiago se apresentasse como irmão carnal de Jesus Cristo, líder máximo da “igreja mãe” em Jerusalém, para que as suas palavras tivessem mais peso e autoridade, mas não, Tiago apresenta-se como “servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo”. Apenas um parêntese, a palavra “servo” no original grego diz “escravo”.
Este é o primeiro ensino da carta de Tiago a quem quer ser Mais Mulher, que independentemente da posição que temos, da classe social ou até do que conhecemos, o que nos dá mais valor e faz de nós mulheres especiais e  até o que realmente nos delega autoridade, é o fato de termos a nossa vida em serviço a Deus e termos Jesus Cristo como Senhor. Tiago não se apresenta assim para demonstrar uma falsa humildade, ele apresenta-se assim porque para ele a sua posição se servo de Deus e de Jesus Cristo é o que o faz ser grande e importante.
Ter um estatuto social, alguns cursos superiores, nomes influentes, ter cargos importantes, uma situação financeira boa,  ou até capacidades e talentos extraordinários, podem na verdade influenciar na nossa vida, sem dúvida, e até levar-nos a ter e a conhecer mais, mas o que verdadeiramente vai fazer-nos mulheres especiais e com autoridade, é assumirmo-nos, e não só por palavras mas principalmente pelas atitudes, como servas de Deus e de Jesus Cristo. É isso que vai alterar tudo em nós para melhor, é esse o fator que vai valorizar-nos. Diante desse ganho, vamos ter todas as outras coisas como apenas apêndices. Acho magnífico quando o Apóstolo Paulo, um homem culto, com uma escolaridade acima da média para o seu tempo, que vinha de uma classe social invejável para muitos, que tinha inteligência e capacidades visíveis, a certa altura diz acerca disso tudo: “Mas o que para mim era lucro, passei a considerar perda, por causa de Cristo. Mais do que isso, considero tudo como perda, comparado com a suprema grandeza do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, por cuja causa perdi todas as coisas. Eu as considero como esterco para poder ganhar a Cristo e ser encontrado nele, não tendo a minha própria justiça que procede da lei, mas a que vem mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus e se baseia na fé. Quero conhecer a Cristo, ao poder da sua ressurreição e à participação em seus sofrimentos, tornando-me como ele em sua morte para, de alguma forma, alcançar a ressurreição dentre os mortos.” Filipenses 3:7-11
E também não podemos esquecer o exemplo por excelência de Jesus Cristo, que sendo Deus, Todo-Poderoso veio até nós como servo, esteve com os homens, viveu de uma forma humilde, veio como filho de carpinteiro, escolheu nasceu da forma mais humilde possível e nos seus discursos sempre dava a Honra e a Glória a Deus Pai, ensinava sempre que o mais importante era o interior do homem e o que realmente estava no seu coração, e que o que valorizava a pessoa era a transformação no seu interior mais do que o seu exterior. E acerca d’Ele e dos Seus discursos as pessoas ficavam espantadas, não pelo que Ele tinha ou pela forma como se apresentava, mas porque falava com autoridade.
Quando Jesus acabou de pronunciar estas palavras, estavam as multidões atônitas com o seu ensino. Porque Ele as ensinava como quem tem autoridade, e não como os mestres da lei.” Mateus 7.28-29
As pessoas não precisavam que lhes dissessem que Jesus era Deus e o Salvador esperado, até porque muitas das que o ouviam, estavam apenas a ouvir como a tantos mestres existentes naquela altura, mas a grande diferença estava na autoridade que a vida de Jesus transmitia, não só pelo que Ele falava, mas pelo que Ele estava realmente a praticar. Não é o que dizemos que somos, mas o que praticamos que vai dar-nos autoridade e valor reais, não vamos mais de ter de puxar pelos galardões ou pela influência para que nos respeitem ou ouçam, mas servindo fielmente a Jesus Cristo, vamos ter o respeito dos que nos rodeiam.
Isto aplica-se a todas as áreas da nossa vida de mulheres, como mães, com esposas, como conselheiras, como amigas, como trabalhadoras e até como membros de Igreja, sempre devemos apresentar-nos e comportar-nos como servas de Deus e como quem tem por Senhor a Jesus Cristo, porque assim estaremos a dar valor aquilo que realmente importa na nossa vida.
Ser Mais Mulher é ser Cristã, isto é, seguir e imitar a Jesus Cristo e deixar que os  seus ensinos a transformem de dentro para fora. É ser acima de tudo, serva de Deus e ter como Senhor a Jesus Cristo, porque ela sabe que isso é o que realmente lhe dá valor e autoridade. EP




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